Com fortíssimo impacto da pandemia da covid-19 nos últimos três meses, a produção de veículos acumulada de 729,5 mil veículos representou uma queda de 50,5% na comparação com o primeiro semestre de 2019, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

O balanço da indústria automotiva nos seis primeiros meses do ano mostra que a produção de veículos leves foi de 51,2%. Foram produzidos 594,0 mil automóveis, queda de 51,8%, e 91,7 mil comerciais leves, baixa de 46,4%.

Considerando o total de autoveículos novos, em junho, a fabricação de 98,7 mil unidades foi 129,1% superior à de maio, mas 57,7% inferior à de junho do ano passado.

Com esses dados e com base nas expectativas econômicas do País para o segundo semestre, a Anfavea projeta produção de 1,63 milhão de veículos em 2020, volume 45% inferior ao de 2019.

“Trata-se de uma estimativa dramática, mas muito realista com base no prolongamento da pandemia no Brasil e na deterioração da atividade econômica e da renda dos consumidores”, afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

A perspectiva de produção é lastreada em um mercado interno projetado de 1,67 milhão de unidades vendidas no ano (queda de 40%) e uma exportação de 200 mil unidades (queda de 53%), além de levar em conta a variação de estoques e as importações de veículos.

Emplacamentos

Com o licenciamento de 132,8 mil unidades em junho, o acumulado do semestre foi de 808,8 mil veículos, recuo de 38,2% sobre o mesmo período de 2019.

Somente entre veículos leves, foram comercializados 637,0 mil automóveis, queda de 40,2% sobre o 1,06 milhão de unidades do primeiro semestre de 2019, e 128,2 mil comerciais leves, recuo de 31% em relação às 185,7 mil unidades do primeiro semestre do ano passado.

Na comparação trimestral, a queda foi de 55%: foram licenciados 558,1 mil veículos no primeiro trimestre do ano e 250,7 mil no segundo trimestre.

Luiz Carlos Moraes afirmou que a situação geral da indústria automotiva nacional é de uma crise maior que as enfrentadas nos anos 1980 e 1990 e a mais recente de 2015 e 2016.
Segundo o presidente da Anfavea, a crise veio em um momento em que as empresas projetavam um crescimento anual de quase 10%.

“Um recuo dessa magnitude no ano terá impactos duradouros, infelizmente. Nossa expectativa é que apenas em 2025 o setor retorne aos níveis de 2019, ou seja, com atraso de seis anos”, avaliou.