Os melhores resultados do setor automotivo em 2023 foram obtidos nas vendas ao mercado interno de veículos leves, com 2,18 milhões de unidades, alta de 11,2% em relação a 2022. Acrescentando caminhões e ônibus, os emplacamentos de veículos chegaram a 2.309 mil unidades, 9,7% a mais que no ano anterior. Os dados do fechamento consolidado da indústria em 2023 foram divulgados no último dia 10 pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Considerando apenas automóveis, a vendas totais do ano cresceram 9,2%, com 1,72 milhão de unidades comercializadas, enquanto entre comerciais leves o aumento foi de 19,6%, fechando o ano com 458 mil unidades vendidas.

A média diária de emplacamentos cresceu de forma consistente ao longo de 2023, fechando com 12,4 mil unidades/dia em dezembro, melhor resultado dos últimos quatro anos.

O bom desempenho no último mês foi puxado principalmente pelas locadoras, que compraram 75 mil unidades, 30 mil a mais que a média do ano passado. Outro fator que impulsionou os emplacamentos foram as promoções para vendas de modelos híbridos e elétricos antes da volta do Imposto de Importação, que ocorreu na virada deste ano.
Por outro lado, a produção de automóveis e comerciais leves foi de 2.204 mil unidades, crescendo 1,3% em relação a 2022, e só não foi maior por conta do encolhimento de 16% das exportações e do aumento de 29% das importações. Na somatória de leves e pesados, a produção totalizou 2.325 mil veículos, volume que representou um leve recuo de 1,9% em 2023.

Projeções para 2024

A Anfavea manteve as projeções em unidades apresentadas na coletiva de imprensa no início de dezembro. Com o fechamento consolidado dos números de 2023, naturalmente as variações percentuais de 2024 foram ajustadas: para 6,1% de crescimento nos emplacamentos (expectativa de 2.450 mil unidades), para 6,2% na produção (2.470 mil unidades) e para 0,7% nas exportações (407 mil unidades).

“Temos motivos para acreditar num ano positivo para o setor automotivo brasileiro. Além da expectativa de crescimento do mercado interno e da produção, devemos celebrar a publicação da MP 1.205 que instituiu o Programa Mover”, disse o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.

“Trata-se uma política industrial muito moderna e inteligente, que garante previsibilidade a toda a cadeia automotiva presente no País e a novas empresas que chegarem, e ainda privilegia as novas tecnologias de descarbonização, os investimentos em P&D e favorece a neoindustrialização”, afirmou o presidente, ressaltando que os maiores benefícios serão para a sociedade, a atividade econômica e o meio ambiente.