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O perfil dos consumidores está mudando e de forma rápida. Na busca por se adaptar, as montadoras se voltam a nichos de mercado que ainda não haviam sido explorados, como a locação de veículos.

Um vasto percentual da população, principalmente das grandes cidades, está trocando a posse do automóvel pelo uso de mobilidade. A locação é uma delas e, ao longo do tempo, estima-se que isso possa colocar as fabricantes como concorrentes dos grupos que hoje são seus maiores clientes. Com isso, o setor de montadoras aposta na oferta de serviços de locação como nova alternativa de ganhos. E este foi o ano marcado por essa adaptação de mercado.

Neste semestre, a Toyota entrou no ramo de locação de seus modelos para pessoas físicas, por meio de sua rede de concessionárias. Outro movimento será o de estender o aluguel para clientes corporativos, informou Miguel Fonseca, vice-presidente de vendas.

Por meio de seu braço financeiro, a Volkswagen criou há dois anos a Fleet, que aluga automóveis do grupo para médios e grandes frotistas. Recentemente, a empresa iniciou projeto-piloto para oferecer também caminhões e ônibus. A próxima etapa é a locação para pessoa física.

A Fleet deve encerrar o ano com uma frota de 10 mil carros. Uma de suas principais clientes é a startup Kovi, que realoca os veículos para motoristas de aplicativos como Uber e 99.

A General Motors tem planos de entrar no ramo, também por meio de seu banco, mas só no segmento de frota corporativa. “Não vamos competir com as locadoras”, adiantou o presidente da empresa, Carlos Zarlenga.

A Nissan é outra que quer atuar no segmento, e está no processo de avaliação se será em locação ou compartilhamento.

O presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), Paulo Miguel Junior, não vê a entrada das montadoras no ramo como “grande problema”. Para ele, o mercado está crescendo e “elas serão mais um player”. O faturamento do setor cresceu 15% nos últimos dois anos, para R$ 13,9 bilhões, e a previsão é repetir a alta em 2019.

Segundo reportagem da revista Exame, o número de empresas que atuam no segmento de locação cresceu de 11,2 mil em 2016 para 13,2 mil em 2018. No tamanho da frota o salto foi de 30%, ficando na casa dos 826,3 mil veículos. Ainda assim, diz Miguel Junior, o mercado tem muito a se desenvolver, pois 80% a 90% das empresas do País ainda têm frota própria.

Fonte de dados: Exame