Uber/Divulgação

As locadoras estão se tornando a opção mais frequente para os motoristas de aplicativos. No Brasil, um em cada quatro motoristas já utiliza carro alugado, e a expectativa da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) é que a adesão aumente ainda mais. Atualmente, segundo a entidade setorial, aproximadamente 150 mil motoristas já trabalham com veículos alugados.

Visto a princípio como uma ameaça, o transporte por aplicativos no Brasil avançou e abriu um novo segmento para locadoras de veículos. O País é hoje um dos maiores mercados de utilização de deslocamento por aplicativos no mundo, com mais de 600 mil motoristas cadastrados, conforme dados das próprias empresas.

Estima-se que algo próximo a 20% do segmento de aluguel de carros esteja direcionado para esse cliente. Isso ocasionou adaptações das empresas do setor.

A Localiza criou, no ano passado, um canal de atendimento exclusivo para motoristas parceiros, o Localiza Driver. Ele permite que o valor do aluguel do veículo seja descontado diretamente dos ganhos obtidos com as corridas.

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Na Movida, são oferecidas condições especiais para esses profissionais, como a contratação de quilometragens mais altas, e uma parceria com o Lady Driver, aplicativo para mulheres.

A Unidas, depois da fusão com a Locamerica, conseguiu baixar seus valores, aumentando a demanda. Hoje segundo eles, alugar um carro está, em termos nominais, 15% mais barato que há dez anos.

Apesar dos ganhos trazidos pelos motoristas de aplicativos, analistas apontam que as locadoras buscam um crescimento sustentável no segmento. “Muitos motoristas dividem o aluguel do veículo. O carro roda e nunca para. As empresas alugam, mas ficam de olho no limite de quilometragem. Muitas vezes, oferecem a troca do veículo pelo mesmo preço”, diz Pedro Bourroul, analista da Mapfre.

Contudo, o bom desempenho das locadoras gerou efeito nas montadoras, que viram as vendas diretas subir. Em janeiro de 2018, representavam 27% dos emplacamentos de automóveis leves, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Em dezembro, já eram 37%.

Fonte de dados: BLV