Udo Kurt Gierlich é gerente de Infraestrutura, Serviços e Meio Ambiente da empresa ZF do Brasil. Em entrevista à AIAFA News explicou que a frota executiva da companhia é própria e a operacional é terceirizada e que esse é o modelo financeiramente mais viável para a empresa. Disse também que no começo foi difícil trabalhar com gestão de frotas, pois “não havia nenhum curso nessa área”, e destacou que “podemos atingir um nível adequado de desempenho através da qualificação, de cursos ou especializações”
O profissional da área de Facilities deve possuir um destacado perfil de dinamismo, flexibilidade e criatividade
Qual é o sistema que vocês optam para adquirir os veículos (frota própria, terceirizada)? Por quê?
Para a frota operacional (19 veículos), optamos pela terceirização com a transportadora Unidas, em função da grande rotatividade de utilização em paralelo aos serviços agregados contratados. Com isso, conseguimos facilitar o nosso dia-a-dia, garantindo respostas rápidas às demandas internas. A frota executiva (60 veículos) é própria e bastante heterogênea em termos de marcas e modelos. Até o momento, este é o modelo de gestão que se mostrou mais viável financeiramente. Periodicamente comparamos este modelo às alternativas oferecidas pelo mercado, com o objetivo de manter a atualização e a competitividade de nossos serviços internos.
Quais são os tipos de veículos que compõem a frota, quais são as marcas e os modelos mais presentes. Depois de quantos anos/quilometragem é renovada a frota?
A frota executiva é bastante heterogênea e assim, trabalhamos com várias marcas. Atualmente temos leve predominância da Ford (Fusion) e VW (Jetta). Esta frota é renovada a cada quatro anos ou 150.000 km, o que ocorrer primeiro. Na frota operacional, optamos pelo Fiat Palio. Esta frota é renovada a cada três anos.
Devido ao bom nível do plano de manutenções empregado, uma parcela considerável dos colaboradores se interessa pela aquisição do veículo
A frota de vocês opera em todo o território nacional? Existem diferenças na gestão da frota de uma região para outra?
Cada uma de nossas plantas é responsável por gerir sua frota, porém, todas seguem a mesma política para a frota executiva. No caso da frota operacional, cada planta tem a liberdade de selecionar seu fornecedor, dependendo da cobertura necessária. Para as demais regiões brasileiras, e em caso de viagens, possuímos um fornecedor preferencial, que difere do fornecedor da frota operacional local.
Quais são os principais gastos da frota?
Os principais gastos são os custos fixos, que representam pouco mais da metade de nossos gastos com a frota, e estão distribuídos da seguinte forma:
1. Depreciação
2. IPVA
3. Seguro
E as variáveis:
4. Combustível
5. Manutenção em geral
6. Pedágio/estacionamento
Para a frota operacional optamos pela terceirização e a frota executiva é própria; este é o modelo que se mostrou mais viável financeiramente
A empresa tem algum programa especial para controla-los?
Sim, desenvolvemos internamente um sistema específico para controle de gastos. Através da consolidação de informações contábeis, a gestão regular dos contratos pertinentes e, controle mensal dos KPIs (Key Performance Indicators) estabelecidos, conseguimos apurar a performance individual de cada veículo da frota executiva. Desta forma, reunimos as informações necessárias para eventuais ações, em todos os aspectos envolvidos.
Como é feita a compra de combustível dos veículos?
Através de ferramenta específica criada para esta finalidade. Neste caso, o fornecedor atual é Ticket Car. Através de seu sistema informatizado, consultamos relatórios gerenciais sobre:
1. Quantidade de combustível consumido por veículo
2. Desempenho do veículo
3. Controle de emissão de CO2
4. Melhores alternativas de abastecimento (local) em função do trajeto percorrido
Ao final da vida útil do veículo para a empresa, há casos de funcionários que querem ficar com o carro?
Sim, devido ao bom nível do plano de manutenções empregado. Uma parcela considerável dos colaboradores se interessa pela aquisição do veículo.
Quais são as condições oferecidas pela operadora para que o usuário fique com o carro?
O executivo pode adquiri-lo com desconto de ‘$ % sobre o valor da tabela FIPE.
As diretrizes de gestão (política de frota, por exemplo) vêm da matriz na Alemanha? Qual o nível de autonomia no Brasil? E no resto da região?
Face às peculiaridades de cada país onde atuamos, as políticas são desenvolvidas localmente (por região), porém com validação pela matriz, na Alemanha.
Quais são as principais dificuldades e desafios da gestão de uma frota como a da ZF no Brasil?
Partindo-se da premissa básica de que os veículos tanto da frota operacional como executiva são classificados como uma “ferramenta de trabalho”, entendemos que os principais desafios especificamente para o Brasil são:
1. Selecionar, validar e oferecer veículos com níveis de segurança, durabilidade e custo operacional adequados.
2. Encontrar concessionários com níveis de serviço e qualidade adequados.
3. Acompanhar a evolução do mercado automotivo em função do seu crescente dinamismo.
4. Ter um sistema informatizado eficiente e flexível para gestão de frotas.
Cada uma de nossas plantas é responsável por gerir sua frota, porém, todas seguem a mesma política para a frota executiva. Já no caso da frota operacional, cada planta tem a liberdade de selecionar seu fornecedor
Quais são as perspectivas de evolução da frota em 2014? E nos próximos anos?
Em se tratando de volume, tanto para a frota executiva como para a operacional, não há perspectiva de alterações significativas a curto e médio prazo. Por hora, estamos finalizando a avaliação das diversas alternativas disponíveis no mercado para o fornecimento destes veículos.
Há quanto tempo o senhor trabalha com a gestão de frotas?
Trabalho há três anos com gestão de frota, e 11 na área de Facilities.
Foi difícil no começo?
Um pouco, pois não havia nenhum curso ou especialização específica nessa área. O que nos ajuda muito é a participação no Grupo GAS – Grupo de Administradores de Serviços – através do qual podemos realizar rapidamente benchmarking e a troca de informações e experiência entre as diversas empresas associadas.
O que recomendaria para quem está começando nessa função?
Primeiramente acho importante destacar que o profissional da área de Facilities deve possuir um destacado perfil de dinamismo, flexibilidade e criatividade. Com base nesta premissa, acredito que podemos atingir um nível adequado de desempenho através da qualificação, através de cursos ou especializações, em conjunto com a participação em associações de classe e literatura especializada.