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Em tempos de discussão sobre o excesso de carros nas ruas, como otimizar custos e como reduzir os impactos de nossas ações sobre o meio ambiente, esse assunto surge como uma possibilidade interesante

Maria Baldin

Mundo afora vemos cada vez mais gestores de frotas corporativas implementarem seus próprios programas de carros compartilhados, em busca de maiores economias para suas operações sem reduzir o nível de serviço prestado aos condutores. Na França, a ALD Automotive foi pioneira e lançou seu produto de Carros Compartilhados para Empresas, o ALD Sharing.

Mas o que é exatamente Car Sharing? Como funciona? Quais são as estratégias para implementar com sucesso um programa desses e maximizar a utilização dos veículos – e as reduções de custo?
Trata-se de uma estratégia para reduzir custos e dimensionar corretamente sua frota facilitando o uso de um mesmo veículo por mais de uma pessoa.

Cada veículo que pode ser eliminado de uma frota gera em média uma economia anual de R$ 15.000 a R$ 20.000 em despesas de manutenção, seguro, depreciação e administração.
O programa de Car Sharing surgiu inicialmente para atender a consumidores finais, pessoas físicas, em regiões metropolitanas densamente povoadas, que precisam alugar um carro por algumas horas (normalmente menos de 24 horas). Em geral, esses carros pertencem a uma locadora que cuida da manutenção e gestão. No caso de frotas corporativas, o programa envolve o compartilhamento dos carros da empresa entre funcionários.

O processo de reserva e controle da disponibilidade e uso dos carros é feito através de um software que os próprios usuários acessam online.

Oportunidades

Nas frotas corporativas existem muitas oportunidades de otimização com o conceito de compartilhamento. Se observarmos o estacionamento das empresas, vemos vários carros parados durante o dia, enquanto funcionários utilizam táxi para seus deslocamentos. No caso de carros de serviço, como pick ups e utilitários, também se podem avaliar os momentos de demanda entre departamentos, pois normalmente é possível que vários departamentos compartilhem os mesmos carros, ao invés de cada um ter o seu.
As melhores oportunidades para um programa de compartilhamento encontram-se onde há alta concentração de pessoas e de carros na mesma localidade.
Uma boa dica para identificar potenciais veículos a serem compartilhados é olhar para a quilometragem percorrida. Se um veículo roda 40%, 50% ou 60% da quilometragem média dos demais carros, deve ser investigado o porquê, e possivelmente esse uso pode ser compartilhado, eliminando esse carro da frota.
Outra abordagem é olhar os relatórios de reembolso de quilometragem. É comum pessoas irem à mesma reunião em carros diferentes e todas solicitarem reembolso. Se estão indo à mesma reunião, deveriam utilizar um mesmo carro.

Limitações

Assim como em todas as estratégias de redução de custos, o compartilhamento de veículos não pode ser aplicado em qualquer situação. Nos casos em que os carros estão equipados com ferramentas específicas, ou carregam muita mercadoria, não faz sentido compartilhar, pois o trabalho de carregar e descarregar o carro não é prático.
É importante observar que nem sempre “baixa quilometragem” significa que o carro está subutilizado e pode ser compartilhado. Existem casos de visitas a clientes, inspeções ou outras atividades, em que os deslocamentos são curtos, mas o funcionário está em campo trabalhando e realmente não é possível compartilhar o carro.

Como implementar com sucesso um programa de Car Sharing na empresa

A resposta é criar uma boa política de uso dos carros e reforçá-la. Qual é a consequência
no caso de atrasos na devolução dos veículos? Você deve prever ferramentas tecnológicas adequadas para capturar os dados de utilização de forma eficiente e assim poder advertir aqueles funcionarios que repetidamente atrasam as devoluções.
A base de um bom programa depende de um conjunto de políticas, procedimentos e controles, para que os usuários possam conhecer e contar com a disponibilidade dos veículos. São necessários também os processos de negócios para alocação correta dos custos da utilização.
Uma das métricas mais importantes para dimensionar o programa é verificar quantas vezes alguém tentou usar um carro e não conseguiu por falta de disponibilidade. E então avaliar qual é o ponto de equilíbrio, a partir de quando é melhor comprar mais carros ou vender alguns.
Por exemplo: se em um mês mais de oito vezes se utilizou locações externas ou táxi porque não havia disponibilidade na frota, pode ser o caso de se adquirir mais um veículo. Por outro lado, se sempre há carros disponíveis, pode ser o caso de reduzir ainda mais o tamanho da frota.

Como lidar com a resistência

Quando falamos em compartilhar veículos da empresa, nem todos os funcionários vão gostar da ideia de abrir mão dos carros que lhes foram designados, ainda que por algumas horas. Na ALD Automotive Brasil iniciei essa discussão no meu departamento e de imediato encontrei esses comentários negativos.
Nosso objetivo na ALD, além de reduzir custos, é combater o desperdício. Uma das formas é eliminando as despesas com táxi e evitando o aumento da frota interna. A empresa tem crescido bastante e novos níveis gerenciais e de supervisão foram criados, uma forma eficiente de atender às demandas é compartilhando os carros designados.
Para quebrar a resistência é importante conscientizar a todos sobre os benefícios para a empresa, pois a economia permite continuar o crescimento de forma responsável e sustentável. Em uma cidade como São Paulo, onde as pessoas mal conseguem se mover dentro de seus carros, fazer a nossa parte contribuindo para a redução de alguns veículos nas ruas – por mais contraditório que possa parecer, considerando a natureza do nosso negócio – ajuda a motivar os funcionários a colaborarem.
Cada veículo subutilizado que é eliminado permite à empresa realocar recursos para melhor manter sua frota remanescente e atender a outras necessidades do negócio.
A ALD Automotive atua em parceria com a JoyCar para disponibilizar programas de carros compartilhados para seus clientes corporativos no Brasil. O compartilhamento de veículos evita diárias de aluguel e despesas de táxi desnecessárias.

Compartilhar é cuidar

Referência: Green Fleet Magazine

*Maria Baldin é diretora de desenvolvimento de negócios na ALD Automotive Brasil, empresa especializada em aluguel, gestão e terceirização de frotas, subsidiária do Grupo Société Générale