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O balanço da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontou recuo de 31% nas vendas de veículos leves novos: foram 292 mil unidades nos dois primeiros meses do ano e 423,5 mil no mesmo período de 2015.

No primeiro bimestre deste ano, foram comercializados 253,3 mil automóveis e 38,7 mil comerciais leves. A queda nos licenciamentos foi de 28,9% entre automóveis. Entre comerciais leves, o recuou foi ainda maior: 42,5%.

Em fevereiro, no total foram licenciados 146,8 mil veículos, o que mostra uma queda de 5,5% frente a janeiro, com 155,3 mil unidades, e de 21% se analisado com fevereiro do ano passado, quando 185,9 mil unidades foram vendidas.

A produção de veículos leves no acumulado do ano foi 269,2 mil unidades, o que representa decréscimo de 31,1% sobre o primeiro bimestre de 2015, com 390,8 mil unidades.

A queda na produção de automóveis foi de 28,8%, com 236,3 mil unidades fabricadas contra 331,7 mil no mesmo período de 2015. A redução de comerciais leves produzidos foi de 44,3%.

Para Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da Anfavea, os dados estão em linha com a expectativa de que o primeiro trimestre apresentaria resultados muito negativos.

“A conjunção de inúmeros fatores segue impactando fortemente o mercado. O período de começo de ano é tradicionalmente menor do que o restante, em razão de feriados como o Carnaval, ou no caso da produção, com concessão de férias coletivas e paradas estratégicas. Além disso, o comparativo com o início do ano passado ainda é influenciado pelo IPI”, explica Yabiku Junior.

“Contudo, a crise política segue comprometendo a economia ao reduzir a confiança, os investimentos e o mercado. Quando uma crise duradoura como essa acontece, seus efeitos são severos”, pontua o presidente da Anfavea.

Capacidade produtiva

A Anfavea também divulgou, no último dia 4 de março, estudo sobre a capacidade produtiva da indústria automobilística brasileira. Segundo o levantamento, o setor de autoveículos é capaz de produzir anualmente 5,05 milhões de unidades.

Ao levar em consideração a previsão da própria entidade de produção em 2016 de 2,44 milhões, a capacidade ociosa do ano seria de 52%.

Se analisado o segmento de veículos leves, que abrange automóveis e comerciais leves, a ociosidade chega a 50% – a capacidade produtiva total é de 4,63 milhões e a utilização este ano será de 2,33 milhões de unidades.

Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da Anfavea, acredita que “este estudo mostra claramente a dificuldade que as montadoras estão enfrentando em todos os setores”.