Um veículo produzido no México é mais competitivo que um produto brasileiro, aponta estudo comparativo da competitividade dos mercados automotivos dos dois países.
Realizado pela consultoria PwC Brasil e divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o levantamento mostra que produzir um carro no México custa 18% menos que no Brasil.
As principais diferenças estão em materiais e logística. Aplicando-se os impostos de cada país, a diferença final de custo pode chegar a 44%, dependendo do tipo de veículo.
“Os resultados apresentados neste levantamento nos indicam a necessidade extrema de atacarmos pontos que reduzam o Custo Brasil e melhorem a nossa competitividade. Medidas que estimulem o comércio exterior, melhorem a logística de distribuição e reduzam a carga tributária são urgentes para conferir uma nova dinâmica para os negócios brasileiros”, afirma Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
Os dois países possuem aspectos socioeconômicos bastante similares, mas têm perfis comerciais distintos. O México possui um grau de abertura muito maior do que o Brasil.
Segundo o estudo, o México possui uma clara vocação comercial direcionada para as exportações. No setor automotivo, 88% da manufatura é focada para o comércio exterior, enquanto que o Brasil possui 22% da produção de veículos voltada para as exportações.
Isso se reflete em termos de movimentação comercial: em 2017, o México movimentou US$ 143 bilhões e o Brasil US$ 26 bilhões.
Outro grande destaque no mercado mexicano é o volume de ocupação da capacidade produtiva do país, sendo de 88% ainda em 2017. Já no caso brasileiro, a taxa foi de 60% devido principalmente ao período de baixa do mercado interno, que impactou a produção.
Ainda de acordo com o estudo, o Brasil tem um ambiente de negócios caracterizado por alta burocracia, limitações logísticas e altos custos operacionais.
O efeito tributário entre os dois países também impacta na competitividade do mercado brasileiro. O Brasil possui de 37% a 44% de impostos incidentes no veículo, dependendo do tamanho do motor. Já no México, há 16% de impostos sobre o veículo.
O estudo conclui que, em um cenário de importação para o Brasil, o veículo mexicano continua mais competitivo que um veículo nacional, tendo 12% a menos que o produto brasileiro.
No cenário de exportação, o veículo produzido no México seria 24% mais competitivo que um veículo brasileiro.