A segurança do veículo, a aposta pelas novas tecnologias e pelos combustíveis alternativos e o serviço de pós-venda no setor foram os principais eixos temáticos do III Encontro Latam que a ALD Automotive realizou em Madri, no dia 14 de junho.

Com a presença de diretores da companhia na Espanha e na América Latina, o ato também reuniu representantes de diversos fabricantes e fornecedores para analisar os desafios que a indústria automotiva enfrenta em toda a região.

Segurança viária

Um dos desafios das empresas na América Latina é a segurança viária. Alguns dos especialistas sinalizaram para a necessidade de a América Latina importar as políticas bem-sucedidas de segurança viária da Europa, por meio de planos de formação para condutores nas empresas. 

Jesús Catalán, diretor de produtos da Willis Tower Watson, destacou a importância de “oferecer ao condutor boas ferramentas e tecnologias para a sua formação e conscientização, como a telemetria que, com um feedback constante, incide na forma de conduzir dos usuários”

Nessa mesma linha, Fructuoso González, diretor de frotas da Prosegur, que assegurou que “integrar a segurança viária na cultura preventiva da empresa é um investimento que, no final, reflete nas próprias companhias, pois a diminuição de custos operativos pressupõe também um retorno rápido e eficaz da redução da sinistralidade”.

Os participantes também reforçaram que, por um lado, a administração pública deve aumentar os investimentos em infraestrutura e tornar mais rigorosas as normativas referentes ao trânsito. Por outro lado, é importante destacar o papel dos fabricantes de veículos.

O investimento em segurança e tecnologia deve ser universal já que, segundo Agustín Alarcón, global IoT product manager da Telefónica, “na região há muitas carências, não pode ser que o mesmo modelo de carro na Europa, ao outro lado do Atlântico careça de airbag, freio ABS, direção assistida etc.”.

 Custos de manutenção mais elevados

Outro desafio importante das frotas na América Latina é o custo de manutenção do veículo. O clima, a altitude, a qualidade da infraestrutura do país e o combustível acabam provocando níveis de desgaste excessivamente altos, o que gera maior impacto na operatividade dos clientes.

Por esse motivo, o serviço de pós-venda especializada em empresas na região se apresenta como um dos eixos mais importantes dentro do setor. “O mercado de peças de reposição tem de ser atrativo, seguro, eficiente e econômico”, afirmou Miguel Ángel Gavilanes, diretor regional da Bosch Services.

Nem diesel nem veículos ecológicos

A terceira edição do Encontro Latam também abordou a diferença entre os combustíveis utilizados na América Latina e Europa. Para começar, o diesel para veículos de passeio é insignificante, por isso a “crise do diesel” europeia não é um problema que afeta a América Latina.

De acordo com Julio Trenas, diretor geral do grupo Bergé Peru“a região é imune à problemática do diesel, pois a qualidade desse combustível, que nesses países leva muitos aditivos, junto a sua escassez, faz com que não exista uma frota de diesel importante”.

Por outro lado, os especialistas presentes no Encontro Latam apontaram a ausência de veículos elétricos ou híbridos nas frotas dos países latino-americanos. 

O desabastecimento de automóveis com combustíveis alternativos, como explicaram os key account manager dos grupos PSA e Renault, Christine Soares e Héctor Magaña, é provocado pela falta de recursos destinados a políticas comprometidas com o meio ambiente. 

“Esse tipo de veículo é muito caro porque não existem incentivos à compra como na Europa, no entanto, embora não haja uma aposta clara, a consciência está mudando, está deixando de ser moda para começar a ser opção”assinalaram as duas marcas.